O que é amor romântico?

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    A expressão amor romântico é vinculada à afeição que duas pessoas, de sexos opostos, nutrem uma pela outra; uma afeição movida, exclusivamente, pela paixão, pelo desejo carnal.

    Para conhecer  mais sobre o amor, leia o nosso artigo sobre o que é amor Neste artigo iremos explicar sobreo o que se entende por amor romântico.

Amor romântico

    Eglacy  Cristina Sophia, junto com outros dois autores, expõe que o amor pode ser caracterizado como um sentimento que impulsiona o indivíduo para o belo; uma grande afeição de uma pessoa a outra do sexo oposto; uma amizade, um desejo sexual ou uma ligação espiritual entre pessoas de sexos diferentes. 

    Com esta caracterização, o amor romântico se exprimiria numa afeição regida, exclusivamente, pelo desejo sexual, excluindo todas as outras características que compunham um amor pleno. 

    Quando cultivamos a paixão por uma pessoa, por exemplo, vemos nessa pessoa o belo, o grandioso, o que nos leva a nutrirmos desejos incitados no calor da paixão pela pessoa. 

O Banquete

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    Este conceito de amor romântico, como paixão ou desejo, é muitas vezes chamado de amor platónico, isto por ter sido muito estudado por Platão na sua famosa obra O Banquete, obra que também representa a principal referência sobre amor já escrita na história do pensamento. 

    Como em todas as suas obras, Platão escrevia em formas de diálogo, onde apresentava ideias por intermédio de personagens, sendo que, defendia as próprias ideias através de um único personagem presente na maior parte das suas obras; este personagem é Sócrates. 

    Daí que muito se discute sobre a existência de Sócrates, ou seja, se de facto existiu ou se não passava apenas de um personagem criado por Platão. 

    Platão não falava português e utilizava a expressão Eros para falar do amor; Eros significa desejo e, portanto, para Platão, amor é desejo, isto é, uma afeição movida pelo desejo de ter a pessoa amada ou, simplesmente, paixão.

    Neste mesmo livro, O Banquete, Platão conta, por meio de um personagem chamado Aristófanes, que os seres humanos eram compostos por duas partes que se relacionavam e se completavam um ao outro. 

    Num dado momento, estas duas partes foram separadas e, desde aí, nunca mais se juntaram. Isto justificaria a constante busca pela nossa outra metade ou alma-gêmea, ou seja, explicaria a incessante necessidade que temos em encontrarmos alguém que nos complete e que preencha o vazio que sentimos. 

Uma metade de nós mesmos

 

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    Muitas vezes, o amor se expressa na pretensão de acharmos que somos seres incompletos e que só o outro nos completaria, ou ainda, que precisamos encontrar uma outra metade que nos completasse. 

    É neste sentido que este relato é recorrente nos estudos sobre o amor, justamente por esse sentimento de vazio, de solidão, de angústia por estarmos sós sem a nossa outra metade; e por isso, somos submetidos a desejarmos pessoas que achamos serem a metade que nos falta. 

    Ora, isto nos remete à ideia de amor como fusão, como união entre partes que outrora se constituíam e que agora foram separadas; cujas partes buscam novamente a fusão, a união entre elas.

    As pessoas envolvidas no amor romântico, isto é, no desejo incitado pela paixão, sentem simples atracção física e emocional uma pela outra; e como a atracção e o desejo se esgotam, a conservação do relacionamento se torna improvável. Para que este amor permaneça, torna-se necessário não apenas o desejo, mas também o compromisso de permanecerem juntas.

    De uma maneira geral, o amor romântico se exprime na simples atracção emocional e física entre duas pessoas; e na maior parte dos casos, por carecer de compromisso e maturidade, acaba por se desfazer.

 

 

Por: David Lutango

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Fontes:

Platão. (2013). O Banquete. Editora Virtual Books, p. 60. [PDF]

Sophia,  Eglacy  Cristina;  TAVARES,  Hermano;  ZILBERMAN,  Mônica  L.  Amor patológico: um novo transtorno psiquiátrico? Rev. Bras. Psiquiatria. 2005.

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