BIOGRAFIA: Louis Armstrong

 

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«Todas as vezes que eu fecho os meus olhos tocando aquele meu trompete, eu olho logo no coração da boa velha Nova Orleans… Ela me deu algo pelo que viver».

Falar de Louis Armstrong é falar de um ícone de superação e de força que um dia já passou pela terra.

Armstrong nasceu numa família muito pobre, sendo obrigado a prestar pequenos trabalhos na rua desde muito cedo para ajudar sua mãe que se prostituía para sustentar a família que vivia em extrema pobreza, isto depois que seu pai o abandonou quando ainda era uma criança. 

Ainda criança, Louis lutava pela vida e rezava para que sua família pudesse um dia merecer uma vida digna. Fazia pequenos trabalhos, como de entrega-jornais e de sapateiro ambulante. Levava para casa as migalhas de dinheiro que conseguia e que não era suficiente para sustentar sua família. Armstrong nasceu num bairro de Nova Orleans em 4 de Agosto de 1901. 

Desde muito cedo, era apaixonado pelo trompete e queria um dia poder tocar para o mundo. Louis Armstrong estudava na Fisk School e foi lá onde teve contacto com a música.

Conseguiu comprar um trompete com dinheiro emprestado de uma família de imigrantes russo-judaica, os Karnofskys, que também cuidavam dele vários dias e várias noites quando a sua mãe trabalhava. Aos 11 anos, formou um pequeno grupo, um quarteto que tocava na rua para ganhar algum dinheiro. 

Ainda aos 11 anos, numa celebração de Ano Novo, levado pela emoção, Louis disparou uma pistola na rua e foi sentenciado a 18 meses de reclusão na New Orleans Home for Colored Waifs, uma espécie de internado para jovens problemáticos. Foi ali onde aperfeiçoou sua maneira de tocar o trompete com o seu professor Peter Davis. Aos 13 anos, o pequeno Louis logo passou a chamar a atenção pela forma peculiar como tocava. Seus lábios colavam-se ao trompete e nunca mais saíam. 

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Seu sopro de magia entrava pelo instrumento e ecoava pelo mundo a fora como nuvens brancas que cantam no céu. Aos 14 anos voltou a viver com o pai e com sua madrasta, depois com sua mãe e as vezes com as ruas, onde tocava sem saber se o amanhã voltaria a aparecer. Não tardou para que Armstrong entrasse também no mundo do cinema e do canto. 

Interpretou vários personagens em vários filmes e musicais. Passou não só a tocar, mas também a cantar. Armstrong de distinguia pela sua voz ronca que mais ninguém conseguia imitar de tão incrível que era. Tocava com o coração e cantava com o amor que inspirava qualquer coração e trazia a nostalgia da vida. Armstrong crescia num ambiente conturbado, onde ainda reinava o racismo contra os negros e a segregação racial, onde, inclusive, os “negros” eram proibidos de estarem perto de pessoas “brancas”. 

Foi também numa época em que o Jazz ainda se encontrava na fase do seu desenvolvimento. Com isso, não demorou muito para que Louis Armstrong fosse considerado a “personificação do Jazz”. Era incrível a forma como fazia o Jazz. Além do trompete, Armstrong tocava também saxofone. E a forma original e intensa com que tocava seus instrumentos era quase impossível não ser notada por todos. Seus improvisos de timbre ronco encantavam os palcos por onde actuava.

Louis trouxe ainda grandes contribuições na música e no jazz, mais especificamente. Trouxe o que hoje se conhece como swing, que são pequenas imperfeições na forma de tocar que torna a música imprevista. Uma técnica que apenas os grandes músicos conseguem fazer. Outra contribuição que trouxe foram os improvisos com a voz. 

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Armstrong criava melodias com a voz de uma forma quase perfeita. Além disso, Armstrong trouxe ainda grande contribuição para as bandas de Jazz, pois introduziu o solo dos instrumentos, onde cada integrante da banda poderia ter seu momento solo para mostrar suas habilidades com seu instrumento.

Louis inspirou toda uma geração de músicos e foi contemporâneo de muitos outros grandes monstros do Jazz que já passaram pela terra, como Frank Sinatra, Elvis Presley e o seu mentor musical Joe King Oliver. Entre as suas músicas mais conhecidas estão Hello Dolly, A Kiss to Build a Dream On, La Vie en Rose, When You´re Smiling e, sem dúvida, What a Wonderful World.

Armstrong chegou a falecer de ataque cardíaco, em Nova York, no dia 6 de Julho de 1971, aos 69 anos, onze meses após tocar seu último solo na Sala Imperial do Waldorf-Astoria. Embora tenha ido, Armstrong ficou marcado não só através da música, mas também pelo seu carácter simples, alegre, sorridente e de grande generosidade. Certamente, sua voz e sua trompete ecoaram eternamente dentro dos nossos corações.

Ao morrer, Armstrong pronunciou as suas últimas palavras, que foram:

«Eu tive o meu trompete, uma vida linda, uma família, o jazz. Agora estou completo». 

 

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