9 elementos da cultura que todo mundo deve saber

 

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    A cultura é constituída por um conjunto de elementos que possibilitam a identidade de um indivíduo ou povo, tornando-o singular e distinguindo-o dos demais. 

    Importa realçar que cada elemento que constitui uma cultura pode estar carregado de simbologias, de significados, de narrativas e de alegorias que caracterizam aquele elemento específico ou que refletem a cultura como num todo. 

    Assim, além da arte, da língua, da simbologia e da tradição, existem outros elementos fundamentais que completam a constituição das culturas de todo mundo. Estes elementos são:

1. Valores

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    Valor é uma palavra usada para indicar objectos e situações consideradas boas, desejáveis ou importantes, ao mesmo tempo que revela riqueza, prestígio ou crenças. 

É através dele que um indivíduo ou povo norteia seus actos, seu comportamento e suas motivações, de modo a atingir os resultados desejados.

    Os valores variam no espaço e no tempo, em função de cada época, cada geração, cada sociedade. Até pouco tempo atrás, por exemplo, o trabalho doméstico e o cuidado dos filhos eram considerados tarefas exclusivamente femininas. Actualmente isso não acontece mais, pelos menos nas grandes cidades.

    Nas organizações, por exemplo, os valores são definidos de acordo às necessidades que se pretende satisfazer. Do ponto de vista social, os valores são estabelecidos para serem seguidos e transmitidos de geração a geração.

    Entre os valores culturais mais conhecidos, podemos destacar a generosidade, a confiança, a fraternidade, a honra, a honestidade, a liberdade, a justiça, a responsabilidade, a solidariedade, a tolerância, o amor, o respeito, a fidelidade, a bondade, a cooperação e a transparência. 

    Muitas vezes, estes valores são também chamados de valores morais e seus princípios servem como modelo para as normas ou regras de convivência entre os indivíduos.

2. Crenças

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    A crença é tomada como o acto de crer, ou ainda, aquilo que se crê e que é objecto de convicção íntima. 

    Do ponto de vista antropológico, pode-se conceber a crença como sendo qualquer ideia ou narrativa que um indivíduo ou um determinado grupo considera verdade, cientificamente provada ou não, e que norteia o comportamento do indivíduo ou do grupo.

    Neste sentido, as crenças são muitas vezes expressas como aquilo que é verdadeiro e que deve ser seguido por todos os membros do grupo. 

    Estas crenças podem ser visões de mundo, crenças religiosas, místicas, crenças em espírito, em deuses, em demónios, em fantasmas, hipóteses sobre a realidade, mitos de origem ou outras crenças que explicam a vida, o universo e a realidade.

    Vale realçar que estas crenças tendem a se tornar inconscientes e inquestionáveis, servindo como lei ou base para a resolução de conflitos entre os membros do grupo. 

    Podem ser fundadas com base na fé, na superstição, na ciência, na magia, na religião, na política, na economia, no destino ou no amor, tanto é que, muitas vezes, carregam consigo práticas de aceitação ou inclusão da crença dentro da cultura, como rituais, cerimónias, cultos e consagrações.

3. Rituais e Cerimónias

 

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    Os rituais ou cerimónias podem ainda ser chamados de ritos ou cultos. São exemplos de actividades planeadas que têm consequências práticas e expressivas, podendo tornar a cultura mais tangível e coesa, ou seja, são actividades que visam consequências práticas. 

    Na maior parte das vezes, são relacionados à religião, à espiritualidade ou ao misticismo. 

    Dentro das organizações, os rituais ou cerimónias podem ser expressos em casos de admissão, promoção, integração ou demissão de algum membro; em outras culturas, os rituais ou cerimónias são demonstrados no campo da espiritualidade e da religiosidade, como os cultos aos deuses, aos ancestrais ou à natureza.

    Os rituais de iniciação, por exemplo, são muito frequentes nas culturas africanas. Estes rituais são feitos com crianças e adolescentes que são introduzidos à cultura de origem, requerendo assim um ritual de iniciação para que a criança ou adolescente passe a fazer parte do grupo. 

    Outros rituais podem ser a circuncisão e os retiros no mato entre duas a quatro semanas, que são tomados como testes de resistência de forma a saber se o adolescente está apto para ser aceite no grupo.

4. Estórias e Mitos

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    As estórias são narrativas de eventos já ocorridos e os mitos se referem a estórias consistentes com os valores organizacionais, ou seja, as estórias e os mitos são narrativas de eventos ocorridos que informam sobre a origem, a organização ou sobre algum aspecto importante da história e da cultura de um grupo ou de um povo.

    Elas se presentam sempre sem sustentação dos factos narrados, porém, são consistentes com os valores transmitidos dentro do grupo. 

5. Heróis

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    Os heróis são as pessoas, entidades ou figuras que incorporam os valores pregados e seguidos pelo grupo. São personagens que incorporam os valores pregados e condensam a força da organização. 

    Estes personagens são reconhecidos como figuras que fundaram ou participaram na origem e no desenvolvimento cultural de um grupo. 

    Nas organizações, por exemplo, os heróis são tomados como aqueles que fundaram ou participaram na fundação da organização ou da empresa. Em outras culturas, os heróis podem ser entidades religiosas, políticas ou espirituais.

6. Tabus

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    Dentro do escopo cultural, os tabus são crenças que limitam os actos dos membros do grupo, isto é, demarcam as áreas de proibições e orientam o comportamento com ênfase no não-permitido. 

    Em outras palavras, os tabus funcionam como orientadores do comportamento dos membros que compõem o grupo, isto com base ao proibido, ao não-permitido; ou ainda, são todas as proibições, restrições e limitações que condicionam o comportamento do grupo.

7. Normas 

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    As normas são definidas como o conjunto de princípios, regras ou protocolos, escritos ou não, que regem o comportamento e as acções dos membros pertencentes à cultura, podendo haver sanções ou castigos aos incumpridores. 

    Todas as culturas são constituídas a partir das normas, que embora resultem de uma herança cultural, elas são, constantemente, adequadas, aperfeiçoadas e moldadas às necessidades do grupo naquele momento, determinando o pensar e o agir de um indivíduo ou grupo, desde como deve sepultar seus mortos ou criar seus filhos, até ao que deve vestir.

8. Processos de Comunicação

 

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    Os processos de comunicação incluem todos os aspectos relacionados à comunicação, à hierarquia e aos papéis que cada membro do grupo desempenha. Inclui uma rede de relações e papéis, desenvolvendo-se funções importantes, podendo ser usado na administração da cultura. 

    Estes papéis e funções podem ser formais ou informais, comportando padres, contadores de estórias, conspiradores, professores, pastores, bem como outros papéis interpretados tanto pelos membros do grupo, como por figuras fora do grupo.

9. Festas e Comemorações

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    As festas e comemorações são conhecidas «por expressarem as tradições dos grupos. Tais festas são, na verdade, lugares não só de comemorações, mas também de edificação das diferenças e da percepção do outro.

    As festas e comemorações são também muito visíveis na vida social e estão presente em todas as culturas, cada uma com sua peculiaridade e originalidade. 

    Elas permitem ainda a construção simbólica da memória colectiva, a criação de vínculos com o passado, com o outro, promovem o estreitamento dos laços afetivos e estabelecem o sentimento de pertencimento e de filiação a uma colectividade ou a uma nação, despertando o sentimento de comunidade e de pertença no indivíduo.   

    As festas e comemorações das diversas culturas são hoje conhecidas como Carnaval, Páscoa, São Valentim, Natal, Ano Novo, Acção de Graça e outras comemorações que enaltecem a cultura, a história, a nação e o percurso histórico de cada sociedade.

 

Por: David Lutango

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Fontes:

Nepomucemo, Cristiane Maria & Assis, Cássia Lobão. Processos culturais: endoculturação e aculturação. Estudos Contemporâneos da Cultura. (Aula 6). Campina Grande: UEPB/UFRN, 2008.

Trevisol, Nicole Pasini & Machado, Denise Del Prá Netto. Cultura Organizacional e Empreendedor: Elementos de Cultura e Sua Relação com o Herói, Empreendedor Brasileiro, In: VIII Encontro de estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empreas. Goiânia, EGEPE, 2014.

·         Ayala, Marcos. Cultura, etnia e identidades: memória e resistência na cultura popular. In: As Ciências Sociais: desafios do Milênio . Natal/RN: EDUFRN/PPGCS, 2001

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